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A mostrar mensagens de 2017

"O destino da loucura que os tomou" I

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Na continuidade do post anterior, em que falei acerca do livro do Desassossego, hoje venho-vos falar acerca de outro livro. No outro dia, estava eu pronta para dormir, no entanto, faltava-me o melhor, sono. Então pensei, "e porque não começar a ler um livro novo?", foi o que fiz, tinha começado um recentemente mas a sua escrita não me estava a agradar (às vezes acontece), então desisti e decidi, naquela noite, começar um novo livro. E é sobre este último que vou falar neste post. No dia 8 de Janeiro de 2017, fui com os meus pais ao Porto, já há algum tempo que lhes tinha pedido para me levarem à famosa livraria Lello e, nesse dia, fomos visitá-la. Tivemos de pagar um bilhete para visitar a livraria, no entanto, podíamos reaver esse valor do bilhete se comprássemos um livro. Eu adoro livros e qual é a melhor recordação que podemos levar de uma livraria se não... um livro? Visitei, sempre com o objetivo de encontrar O livro, não u

"Um apoio longinquo para o meu desasocego."

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Hoje começo com uma pergunta: quem gostava de ter grandes obras na palma da mão e à distância de um clique? Pois, eu gostava e tive acesso a uma versão digital do Livro do Desassossego e fiquei felicíssima. O Livro do Desassossego foi escrito pelo semi-heterónimo, Bernardo Soares, e já conta com 4 edições diferentes, o livro já tem 104 anos, foi pela primeira vez editado em 1913 e, agora os seus leitores levam com uma lufada de ar fresco ao saber que, pela primeira vez existe em formato digital. Esta versão chama-se Arquivo LDoD (Arquivo Digital Colaborativo do Livro do Desassossego) e foi apresentado na Faculdade de Letra da Universidade de Coimbra (FLUC). Quando me chamaram a atenção desta atualização fui logo pesquisar acerca disto, e ao ver o arquivo em si, penso que está super bem organizado, reúne numa versão digital, 4 versões do Livro do Desassossego, à primeira vista parece um pouco confuso, mas basta clicar naquilo que se quer le

"Todo o nada que és é teu"

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Hoje venho falar-vos um pouco no seguimento do post anterior, o pensamento, a dor de pensar, a maturidade para pensar e até que ponto é que estes estão connosco. No entanto hoje vou falar acerca do pensamento e desta visão que temos pelo mundo mas do ponto de vista de um animal, o gato. Os gatos, esses seres tão peculiares, tanto têm de amorosos como de malvados. Existe um poema de Pessoa que fala especificamente de um gato, o "gato que brincas na rua". "Gato que brincas na rua Como se fosse na cama, Invejo a sorte que é tua Porque nem sorte se chama. Bom servo das leis fatais Que regem pedras e gentes, Que tens instintos gerais E sentes só o que sentes. És feliz porque és assim, Todo o nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu." Como referi no post passado, Fernando Pessoa falava deste gato como tendo inveja do seu instinto e da sua felicidade porque, este apenas

"Pensar é estar doente dos olhos"

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Hoje venho-vos falar mais num tom de desabafo, sobre a dor do pensamento, este que nos assola quando menos esperamos. Pessoa referia a questão do pensamento como algo que a idade lhe trouxe, " Fernando Pessoa sente-se condenado a ser lúcido ", este questiona ao longo da sua obra poética a dor de pensar, pois, esta o obriga a questionar tudo à sua volta, sendo esta um entrave à sua felicidade, por isso, Pessoa sentia "inveja" de felicidade alheia, de pessoas que não pensavam e até, de animais. Mais uma vez Fernando Pessoa acerta em tudo aquilo que mais nos apoquenta a vida, só que com a genialidade que só ele conseguia fazer.  Todos nós pensamos, naturalmente, pensamos acerca de tudo e acerca de todos, só que, por vezes, este pensamento corrompe-nos, corrompe as nossas ações, as nossas éticas, os nossos valores, a nossa vida, até ao ponto em que, não pensar seria tão mais fácil.  Só que pensar não tem interruptor, que po

Somos todos Pessoa?

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Finalmente um post! Desculpem esta ausência mas tive, aquilo a que chamamos, uma crise de inspiração. Hoje começo por uma questão: será que somos todos Pessoa? Calma, eu explico, todos nós sabemos que Fernando Pessoa tinha uma panóplia abrangente de personalidades, às quais chamou de heterónimos, muitos questionam este "poder" de Pessoa dizendo, até, que este sofria de esquizofrenia ou de dissociação de personalidade . Mas será que também nós não fazemos este tipo de dissociação de personalidade? Agora colocando isto no quotidiano, a nossa personalidade e atitudes vão variando conforme o lugar, as pessoas e o nosso estado emocional, as minhas ações não são iguais junto dos meus amigos ou junto da minha família, imaginem darmos um nome diferente a cada um de nós que age diferente, em diferentes contextos, não seria interessante? Foi, basicamente, aquilo que Pessoa fez. No entanto seria estranho, não? E se vos dissesse que já o faze

"The limit that I call my mind"

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Neste novo post decidi apresentar-vos um trabalho de uma banda de língua inglesa, que cresceu na África do Sul, mas que está radicada no "paraíso à beira-mar plantado" (como dizia muí ilustre poeta, Fernando Pessoa). Esta banda intitula-se de Alexander Search , e é precisamente acerca destes que venho hoje falar. Alexander Search foi criado em 1899, na mente de Fernando Pessoa aquando este ainda vivia na África do Sul. Search escrevia cartas a si mesmo e poemas em Inglês e Português. A banda, Alexander Search, beneficia deste heterónimo e da sua magnífica poesia, na fase em que Search era adolescente, e, como explicam, "são os poemas que, (...), fazem este casamento com a música, uma música mais pop ou rock, por isso, foi interessante trazer estes poemas não tão densos, que falam das coisas mais simples da vida (...)" . Esta banda, na minha opinião, é completamente genial, bem estruturada, com uma melodia envolta em ha

"O poeta é um fingidor"

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Saudações seguidores do Nandi.Persona, Hoje venho-vos trazer um cenário diferente, e começo por perguntar, e se os heterónimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos), tivessem uma vida nas redes sociais? Seria algo curioso de observar, de compreender e explorar. Então, vamos "fingir" que isso seria possível. Comecemos pelo início: Alberto Caeiro Este heterónimo, é um defensor do Paganismo, ou seja, não tem religião alguma que o reja na vida. Como observamos na sua poesia, este escreve o que lhe vai na alma, sem regras, sem constrangimentos. Partindo destas características, Alberto Caeiro iria, por exemplo, num perfil do Facebook , colocar no seu mural pensamentos aleatórios daquilo que lhe ia surgindo na alma, brigas acerca de religião este não se iria intrometer pois, não tendo religião nenhuma, não iria ter opinião acerca desta problemática. Já no Instagram este iria colocar aqueles campos verdejantes e as ovelhas de que tanto fala na sua poesia, na minh

"O homem que sustenta que o dia de hoje é um sonho"

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Saudações seguidores do Nandi Persona, Hoje venho-vos falar do maravilhoso papel de, como é óbvio, Fernando Pessoa na publicidade e, como esta é utilizada e influenciadora a quem a escuta e observa. De acordo com algumas pesquisas e de conhecimento geral, em Portugal, a imagem de Fernando Pessoa surge em empresas de nacionalidade portuguesa, pois, o seu público-alvo são os portugueses e/ou pessoas que vivem no nosso país. No meu ponto de vista, esta é uma estratégia muitíssimo bem concebida, pois, para além de dar a conhecer um pouco mais este escritor que em tanto contribuiu para a nossa cultura, faz promover aquilo que é “nosso” e que devemos dar valor aos mesmos. Recorda-se da campanha de Natal do ano de 2012 da Licor Beirão? Já lá vai algum tempo, eu reavivo a memória: Este exemplo que aqui trago é uma publicidade bem gerada com uma abordagem a Fernando Pessoa numa perspetiva de cliente de café, que quer tomar um café e um Licor Beirão (simples), mas, passado algu

Inspessoa

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Saudações seguidores do   Nandi Persona , Hoje venho-vos falar de uma experiência que tive, de bastante perto e há relativamente pouco tempo. Recentemente fui fazer um estágio a uma grande feira daqui do nosso país (Portugal), a Expofacic em Cantanhede. Basicamente esta é uma feira agrícola, com espetáculos, muita animação, expositores e, há pouco tempo, esta tem investido numa área de exposição. Este ano, entre outras exposições, contámos com uma exibição e venda ao público de Bordallo Pinheiro. Esta exposição era simplesmente magnífica, desde os pratos em formas de vegetais, tão conhecidos, até às esculturas mais criativas. Nestas soberbas esculturas encontrava-se uma de Fernando Pessoa, e, qual não foi o meu espanto quando me deparei que, maior parte dos visitantes, olhava para esta figura e o que comentava era “Olha, é o Inspetor Gadget ”. Para meu alívio isto verificava-se em poucas pessoas, mas a verdade é que fui ouvindo daqui e dali. A verdade é que, neste figurão (com

"Misantrópico Amante da Humanidade"

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Fernando António Nogueira Pessoa, uma pessoa igual a todos nós, mas uma pessoa com letra grande, e, não paro de pensar que realmente este apelido foi pensado para este grande senhor. Teve uma vida complicada, e quem sou eu para descrever a sua biografia, para isso serve o Wikipédia e, para além disso, ele deixou ordens para apenas dizer na sua biografia que, para além do dia da sua nascença e da sua morte, todos os outros dias são dele:             "Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,              Não há nada mais simples  Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.             Entre uma e outra todos os dias são meus." Um homem que nunca casou, que se entregou às palavras, emigrou com os pais, arranjou emprego como tradutor e vivia para sustentar o seu apartamento, e, às  vezes nem tinha dinheiro para pagar a renda. A solução que encontrava para estes dias menos bons? Ia à brasileira, bebia absinto e convivia com os